Parte 2 - Julgamentos

Posted on 13:51
Um pouco depois de acabar de escrever o último texto, pensei em como está cheio de julgamentos. E...julguei-me!

De facto, é impossível viver sem julgar e ser julgado. Por exemplo, ao não ter preconceitos, é quase automático julgar quem os tem, por acharmos que estamos correctos. No fundo, trata-se disso mesmo: o que quem julga acha correcto, e toda a gente acha à sua maneira, mesmo sendo o correcto tão subjectivo.

E já que me estou a confessar "julgadora", tenho que acrescentar uma coisa. Porque raio é que agora tanta gente descobriu a palavra "etapa"?!
Acabei o curso. "Parabéns por mais esta etapa." Casei. "Que esta nova etapa te traga felicidades.". Estou grávida. "Aproveita as maravilhas desta nova etapa.". Comi a sopa toda! "Ultrapassaste uma grande etapa!!!" AAAAAAAAAHHHHHHHHH!!!! (grito)
Só porque a palavra pode ser usada, não deixam de existir tantas outras palavras que podem utilizar. São acontecimentos, a vida não é uma maratona! Que se passa com o léxico português, reduziu, ou é só preguiça???

Posto isto, vou terminar o texto. Mais uma etapa concluída, na história das etapas da minha etapa maior: a vida!
Agora vou vestir as minhas calças com pérolas e a camisa amarelo torrado, antes que passe de moda... Como diria o Roberto Carlos, (ups, é suposto ouvir isto??), Bye...É...Bye....Arrrrrooooooommmmmmm!!!!!!! (barulho do Ferrari)

Parte 1 - O "é suposto"

Posted on 13:04
Estava a deixar o pensamento divagar, quando me deparei com o facto de me irritar bastante o "é suposto". Passo a explicar.
Há muita gente, talvez a maioria das pessoas, que age, não por vontade própria, mas motivada pela que chamo de Cultura do é suposto. Um exemplo. Se algum de nós tiver o poder de compra para ter o carro que quiser, o mais provável é comprar um Ferrari.  Porquê? Porque é suposto. Eu atén prefiro um Peugeot 3008... "Como?! Porque não compras um Ferrari, se tens tanto dinheiro????"

A roupa. Exemplo esmagador desta cultura.
Quando compro uma peça de roupa, a menos que seja por impulso, é porque gosto. E, como gosto, uso até não poder mais, ou seja, passam estações, meses, anos. Se há coisa que não ligo é se "está na moda" ou não. Confesso até que, se vir muitas pessoas com o mesmo tipo de peças, aí não uso mesmo. Passo a não gostar, por ser algo tão pouco original ou pessoal. No entanto, o que verifico é o contrário. No fundo, não acredito que as pessoas não gostem do que compram, mas é um gostar momentâneo, sazonal. O gostar ou não gostar não é definido por elas, mas pelas massas. "Se toda a gente tem, também quero!" E aqui fica mais um grande e redondo PORQUÊ???

O "é suposto" consegue verificar-se em quase tudo. Atitudes, relações, comportamentos...
Afinal aonde estão as pessoas que SÃO? Aquelas que não ouvem um tipo de musica porque é suposto, que não têm um cão porque os outros têm, para quem não vale tudo em troca de socialização? Que trocam ideias, que não distinguem pela aparência, que corajosamente seguem o que gostam e acreditam?

Na solidão de quem "não é suposto"? (porquê....)

Tenho uma lágrima no canto do olho...

Posted on 22:15
...canta, há muitos anos, o Bonga, com o pensamento assente nas desgraças do seu país, e de como este se tem vindo a destruir a ele próprio.

Quantas vezes temos nós "lágrimas no canto do olho" por motivos assim? Ou mesmo por vermos quem amamos, ou quem nos é próximo, triste?

Andamos demasiado centrados nos nossos próprios problemas, como se cada um de nós fosse uma ilha.
Ontem, hoje, amanhã, eu isto, eu aquilo... e à volta cada vez é maior a necessidade de outras pessoas de uma ajuda. E surpreender-nos-ia descobrir que, por vezes, essa ajuda pode ser um simples sorriso?

O mendigo que se cruza connosco, diariamente, é uma pessoa, om sentimentos e uma história de vida que o trouxe até ali. Que tal um dia, dizer-lhe olá? E outro dia qualquer, sentarmo-nos com ele e ouvir a sua história? Será concerteza bastante mais enriquecedor do que qualquer valor monetário, e ainda podemos descobrir que a nossa ajuda pode ser crucial.

Há também os amigos que precisam de um simples abraço. E na azáfama em que andamos nem nos apercebemos daquela lágrima no canto do olho que tanto quer ser partilhada.

É tão mais feliz o ser que vive verdadeiramente, vivendo verdadeiramente os outros. Sentindo uma lágrima no canto do olho pel'"a avózinha que está sozinha a ver a morte aproximar".


Dias

Posted on 09:36 In:

Abri a persiana e fazia sol. Há já muito tempo que os raios de sol não me entravam assim pela janela do quarto, qual Agosto envidraçado.

Erradamente, o sol fez-me pensar nos dias de chuva. Nos dias poeirentos de vento, na sensação de impotência por baixo de três casacos nos dias de frio gélido. E isso traduziu-se em mil pensamentos sobre os dias em que o sol brilha mas por dentro temos três casacos vestidos para nos protegermos do frio da nossa alma. Sobre o calor agradável que cobre a chuva do nosso eu, que tantas vezes transborda sem querermos pelos olhos.


Sim, hoje está sol, mas eu estou coberta de nuvens. E não adianta ele brilhar com mais força, porque elas não se dissipam...

Sim, o Sol brilha, mas a sua intensidade não seca os campos inundados pela chuva dentro de mim.


Quem estará errado? O sol ou eu? Ou ninguém? Simplesmente o sol é um acessório fora do contexto neste dia. Mas amanhaã, nem que chova, hei de perpetuar esta sensação exterior de conforto para dentro de mim. E poderá fazer vento e estar frio, que andarei de alças com a cara banhada pelo calor hoje emanado.


Se não for amanhã é depois de amanhã...ou depois, mas será. Porque o sol, mesmo apagado, acaba sempre por vencer a chuva, o vento e o frio...

A gente vamos

Posted on 23:27

É fantástico (tendo fantástico aqui uma conotação não-positiva), como se consegue adulterar de tantas formas a nossa língua. E, mais fantástico ainda, como as novas gerações têm a capacidade de reinventar palavras, aportuguesar termos estrangeiros e criar palavras indecifráveis.

Está bem, a minha geração também deve ter inventado umas quantas. Talvez a ageração dos meus pais também, e isto seja apenas um ciclo. Estranho é que as pessoas dessas gerações usem palavras trazidas por esta nova, ou que diga coisas como "a gente vamos" e "tipo do género".

Não tenho a pretensão do português perfeito, mas... a gente vamos??


É bué da foleiro XD! 


Posted on 03:18
INTRODUÇÃO:

O meu alter ego chama-se Linda Inês e trabalha numa revista de moda. Não, não estou maluca, apenas escrevo, e às vezes sobre mim, sobre o mundo, sobre a vida, sobre trivialidades, outras escrevo como se fosse outra pessoa a escrever. Acho que não tenho dupla personalidade, mas...a Linda Inês existe. E eis a segunda crónica escrita por ela.



O calor desta manhã de Sábado não me deixa dormir mais. Levanto-me cedo, apesar de ontem ter tomado a firme decisão de que precisava de descansar, pelo que ia ficar na cama até me cansar... Parece que me cansei mais depressa do que esperava!

Hoje, especialmente, ele não me lerga. Sento-me no sofá a ler, vem para o meu colo. Vou à cozinha, enrola-se em mim enfatizando o maldito calor que me atormenta. Já o empurrei com o pé, já o enxotei e sacudi. De nada adianta... 
Alonso é persistente. Característica inerente à sua espécie. Quer carinho, tem que o ter. No minuto seguinte ignora-me. A sua identidade depende da sua dependência na independência.

Trouxe-o para casa ainda bebé. O meu gatinho Alonso é a minha fiel companhia (mesmo quando insiste em espetar as unhas na minha perna a tentar coagir-me a fazer-lhe festas). 

Acaricio-o. ele faz um delicioso rom rom, e quando estou a começar a gostar de brincar com ele, decide ser mais interessante perseguir uma mosca. Típico.

Pouso o livro e ponho-me a pensar nas minhas relações. O Francisco, web designer da empresa, é tal e qual como o Alonso. Andou imenso tempo a tentar convencer-me a sair com ele. Usou de toda a sua estratégia de sedução, até que acedi. Fomos ao Cinque Stelle, o melhor restaurante italiano da cidade. Foi charmoso e galante, mas um pouco...como dizê-lo? Melga. 

A partir desse dia começou a agir como o Alonso. Só não me saltava para o colo porque pesava no minimo mais vinte quilos do que eu... e eu enxotava. Afastava com o pé. E ele continuava a rondar...!

Rolando foi o oposto. Apaixonei-me pelos seus olhos verdes (clichet, eu sei, mas eram mesmo verdes!) na primeira vez que os vi. Ou na segunda, nunca fui muito boa com datas. Mas apaixonei-me. Comecei então a sondar: ele tinha acabado com a namorada há pouco e estava disponível. Pensei convidá-lo para um copo. Bebemos um cosmopolitan num bar chique que uma amiga me aconselhou. Beijámo-nos. E eu estava nas nuvens. Até que no dia seguinte, o encontrei a ter uma conversa muito...digamos...próxima com a Carla do atelier. Desde aí nunca mais me disse mais do que "Bom dia" (ou "boa tarde, dependendo da hora). Evidentemente, preferiu ir atrás da mosca...

E agora é Sábado de manhã e eu estou sentada no sofá a fazer comparações entre homens e o meu gato.  Talvez seja altura de me arranjar e sair, para tentar encontrar o verdadeiro gato da minha vida (sem desconsideração ao Alonso, claro).

 E na minha cabeça continua a redundar "homens...gatos...dependência...independência..."


Linda Inês 
 

One more night

Posted on 04:05


Ao escrever este titulo, ocorreu-me de imediato que o mesmo não era nem um pouco original. É que veio-me logo à cabeça uma melodia, se não estou em erro, de Phill Collins. No entanto esta noite nada tem de solitária. Ou romântica, como a canção. É mesmo isso, só mais uma noite, que por ser apenas mais uma noite, é perfeitamente banal.



Ocasionalmente, passam-me pela cabeça divagações sobre o sentido da vida. E sobre como ela é uma dádiva, e, como a maioria das dádivas, tão escassa. Esta pode ser só mais uma noite, mas é a única vez em toda a minha vida em que esta noite está a decorrer. Cada segundo que passa, conforme escrevo este texto, foi único e irrepetível...

Mas voltando ao tema principal, esta noite banal parece-me interminável. Algo me impede de dormir... E acordada na escuridão, é fácil a imaginação semi-adormecida levar-me a pensar em motivos para o sono se afastar cada vez mais. Oiço um barulho...o que será? Alguém na rua? Um rato? Uma aranha gigante? Uma centopeia mutante? Só pode ser algo de que eu tenha muito medo! E a esta hora, esse algo é multiplicado por mil...

Queria poder fechar os olhos, serena, e deixar-me ir. Deixar-me levar por mil sonhos de algodão... caminhar sobre as nuvens, aspirar o ar puro da serra, deitar-me no feno a ver as estrelas, caminhar para o fim do arco-íris. O sono, quando é descansado é mágico. Em contrapartida, quando é conturbado, é assustador... E o meu começa a ser assustador mesmo antes de chegar. Por não chegar!


Este texto começa a parecer-me extremamente redundante, pelo que acho que vou voltar a dar voltas e voltas na cama, pode ser que assim me embale e finalmente adormeça...
...e sonhe com reis, princesas, cor de rosa e algodão doce.


Boa noite!!!

Sofy


Clausura

Posted on 17:09




Pessoas enclausuradas
Na sua própria solidão!
Fumo na minha varanda,
E vejo, as janelas fechadas,
De casas cheias de tudo,
Pessoas cheias de nada...

Fumo, e vejo a passar
Sacos na mão, passo apressado
A caminho do trabalho
Mulheres com ar infeliz
Homens com ar resignado

Escravidão de uma cultura
Onde a vida é sempre dura,
Sonhar não é permitido
A felicidade é impura
Numa sociedade nula

O dinheiro é o motor
Da alegria, do amor,
E o tempo é a prisão
Dos que da infância trouxeram
Tantos sonhos de algodão...



Dormitórios arrumados,
Para ficarem fechados
Até o dia acabar...
E os filhos, arranjados,
Vêem os pais aos bocados,
Entre hoje e amanhã...

E os dias vão passando,
Como se não importasse
Que a vida se vá escoando.
Dá-se dinheiro a ganhar,
Pois o dia há de chegar!

E quando chega o tal dia,
Compra-se o que se queria
E logo se perde a noção, que
Tem que se voltar ao trabalho, à prisão
Para voltar a ter tudo,
Que será pra sempre NADA...!

E o tempo sempre a passar...

E o tempo sempre a passar...

E o tempo sempre a passar...

...até a vida acabar!

Bem longe....!

Posted on 03:19 In:
























Quem não gosta de recordar o passado? As pequenas coisas que marcaram a nossa infância...


Eu nasci em 1981, e lembro-me perfeitamente de poder brincar na rua à vontade, de ir a pé para a escola primária, de andar sempre com os joelhos esmurrados...


Na televisão, o meu herói era o He-Man! Na vida real eram os Europe =D! O Final Countdown tocava incessantemente no meu gira-discos. Depois vieram os Onda Choc e os Mini Stars.


Havia o programa Agora Escolha, com a Vera Roquette, em que podíamos votar numa de duas série, enquanto passavam os nossos desenhos animados preferidos. A Ana dos cabelos ruivos, o Dartagnan, o Tom Sawyer, o Bocas...


Á noite, na hora de dormir. dava o Vitinho, e um episódio do Bigs Bunny e dos seus amigos. Os iogurtes líquidos vinham em copinhos. O Fernando Pereira era líder de audiências com as suas imitações. Só havia dois canais, e chagava. Havia o Clube dos amigos Disney com o Júlio Isidro, o brinca-brincando, e os anúncios do Boca doce e da menina que dizia "Não, não! O coelhinho vai com o Pai Natal e o palhaço no comboio ao circo!!"

Saudades...

Beijinhos!



O meu filho, take II

Posted on 03:05








...nasceu no dia 30 de
Novembro de 2003 às 21:09 de cesariana;
...pesava 2.975kg e media 47,5 cm;...começou a ir pró infantário com 2 anos;
...andou poucos dias antes de fazer 1 aninho;
...teve seus primeiros dentinhos com 7 meses;
...falou sua primeira palavra com 9 meses e foi: Mãe;
...usou fraldas até 02 anos;
...chupou chupeta até aos 4 anos;
...é super activo e cheio de energia...que despende a jogar futebol em todas as alturas, à minima oportunidade;
...Com 4 anos já sabia os nomes do plantel cmpleto do FCP, apenas associando os números aos nomes;
...aprendeu a ler em duas vezes que lhe expliquei, pouco antes de entrar na escola;
...é o melhor aluno, e o responsável de turma;
...tem como melhor amigos o Duarte e o André;
...não gosta de cães, tem muito medo...;
...come bem e de tudo, verduras, legumes, saladas e frutas, fazendo ele próprio a gestão das "porcarias";
...adora água e leite;...pega na mão de alguém e esfrega uma unha, quando está com sono;
...quer ser jogador de futebol, pintor de casas e vendedor de carros;
...não dorme sem lavar os dentinhos, nunca!
...adora o Disney Chanel, em especial o Phineas e Ferb;
...diz que não quer namoradas porque "as meninas são chatas";
...não liga aos carrinhos, ou aos bonecos de luta (do género Gormiti e Action Man);
...tem muito orgulho nos caracóis que todos elogiam e nos músculos das pernas que ganhou nos treinos;
...treina nas escolinhas do Sporting, mas é um portista ferrenho;
...não gosta sopa sem "pedaços";
...é o dono do meu coração!

Ser mãe é, como qualquer relação em que o amor seja a base, um risco e uma surpresa constantes. Há coisas que nos fazem sentir orgulhosos pelo que lhes transmitimos, ou do que eles conseguem alcançar sozinhos! Há outras que nos assustam, como saber se eles se vão dar bem na escola, em relação aos colegas...são coisas que não se conseguem controlar! Mas tenho fé que tudo vai correr muito bem para o meu menino :)












"A melhor maneira de ter bons filhos é fazê-los felizes." (Oscar Wilde)

Não vás por aí...

Posted on 02:52

Não,não vás por aí!
O vento está forte,
As nuvens escurecem.
Não vás por aí!

Não vás por aí,
Porque é perigoso
E o perigo de te esvaíres
É o mesmo de me esvair!

Não,não vás por aí.
Alimenta este acto de preocupação
Que apenas existe
Pelo egoísmo de te querer

Fica aqui, senta aqui,
Eterniza este segundo no meu ser,
E então, se desejares, parte...vai!
Mas não te esqueças do que de teu ficou comigo...

Sofia Fidalgo

Tudo se aprende?

Posted on 23:55

"Even angels learn to fly" (Fantasia)

E ao ouvir esta música, pensei repetidamente:

" Maybe even humans learn to love..."

Atinadinha :)

Posted on 18:27 In: , , ,
Ora cá está mais uma definição daquelas típicas do autocarro, do centro de saúde, das filas de supermercado, ou de qualquer outro lugar onde as pessoas tenham que arranjar assunto para conversar com conhecidos, colegas ou mesmo"pessoas que já se viu em algum lado"!


Ia eu no 603 - autocarro óptimo para este tipo de conversa, já que dá mil voltas antes de chegar ao destino - quando a frase "mas ela sempre foi atinadinha..." me salta aos ouvidos. Até ao córtex foi um tirinho. O que raio é ser atinadinha?? Ok, se tivermos quatro anos, provavelmente é comer a sopa toda e não fazer birras. Mas elas estavam a falar de uma adulta. Será que é mais ou menos a mesma coisa, ou seja, comer e calar e piar fininho? Hum...

Raciocínio guardado, transportado para casa, transposto para o blog. Parece que atinei com a "missão". E, provavelmente, se aquelas senhoras estivessem a falar de mim, não iria ser atinadinha o adjectivo com o qual me descreveriam, apesar de, provavelmente, já ter sido "atinada" em muitas situações. E quase que seria capaz de pôr as minhas mãos no fogo em como aquela pessoa de quem falavam já desatinou muitas vezes.


Conclusão: é impossível definir alguém com um adjectivo, seja ele qual for.

Atinada, louca, sensível, bruta, meiga, fria, transparente, misteriosa, confiante, impulsiva, racional, generosa, egoísta, paciente, irascível... Não seremos todos um pouco assim? Compostos por antagonismos? Por opostos que se completam? Como saberíamos o que é belo se não soubéssemos o que é feio?...

Enfim, uma conversa no autocarro da qual as protagonistas já não devem ter qualquer recordação fez-me ficar a pensar. Cá está mais uma característica: cismática :)!


De qualquer modo, penso que só sabemos ser felizes quando nos aceitamos como um todo, com todas as características inerentes ao ser humano. Boas ou
más. Más ou boas. Nem boas nem más. Nem más nem boas. Simplesmente...características!
insegura, romântica, selvagem, sonhadora, pragmática,
(e eu ainda estou tãããão longe dessa aceitação...)

Beijinhos!!!

Sofia

Nuno Júdice e eu...

Posted on 03:16 In: , ,

Amanhã ou depois...

Posted on 16:32

Paixões...

Posted on 23:26 In: ,

Depois de ver o blogue "http://quierofotografiar.blogspot.com/", lembrei-me de como adoro fotografia.


Não que me tivesse esquecido, claro, apenas não tenho pensado muito nessa minha paixão... Talvez seja altura de a explorar mais!


Viva a blogosfera e a inspiração!

Há dias(e meses, e anos) assim...

Posted on 23:04 In: , ,



...apenas não me deixem ser feliz...!

Indecisões

Posted on 01:06 In: , , ,




Cada passo que damos, mesmo que com a mais absoluta certeza, provém de uma indecisão. Talvez nem sequer a cheguemos a racionalizar, mas ela está lá, bem escondida por trás do que o nosso cérebro já comanda por instinto.
Podemos caminhar do lado direito ou esquerdo do passeio. Tomar café naquela confeitaria ao fim da rua ou naquele café mesmo ao lado de casa. Apertar bem os cordões ou fazê-lo à pressa. Tomar o pequeno almoço antes de sair de casa ou na rua. Ir trabalhar ou ficar a dormir, "doente" (doentes são aqueles que dizem nunca ter preguiça...). E tantas outras coisas, mais ou menos relevantes.






Agora reparem: Raquel acorda à hora certa para conseguir chegar ao trabalho a horas. Toma banho, lava os dentes...e de repente falha a água. Pode ignorar ou ligar para a companhia. Liga para a companhia, atrasa-se um pouco. Vê que tem uma mensagem irritante do ex-namorado. Penteia-se, põe aquele perfume que o ex odiava, só para se lembrar que quem o odeia agora é ela, aperta os cordões à pressa e sai, a passo rápido, em direcção à paragem do autocarro. Enquanto espera, tenciona comer algo na confeitaria no fim da rua. Caminha a passos largos, do lado esquerdo do passeio, a olhar para o chão. De repente tropeça. Alguém a impede de cair. Um desconhecido. Do lado direito do passeio não passava ninguém, e aquele desconhecido simpático mete conversa com ela. Tem um olhar arrebatador, e convida-a para recuperar do susto com um chá tomado na esplanada. Raquel aceita, e depois do chá decide ficar a conversar e faltar ao trabalho. Naquele dia conhecera o seu futuro marido, que mais tarde se revelou alcoólico e violento, e que fez com que a vida de Raquel acabasse no internamento do Hospital de Magalhães Lemos. Os três filhos que tivera entretanto foram entregues à segurança social, por maus tratos do pai e incapacidade psicológica da mãe.

Fim.


Agora...se a água não tivesse falhado, Raquel não teria apertado os cordões à pressa. Não teria pegado no telemóvel para ligar à companhia, nem visto a sms. Teria tomado o pequeno almoço em casa. Caminharia do lado direito do passeio para aproveitar a sombra. Não poria o maldito perfume, que o seu ex-namorado odiava mas o seu futuro marido adorou. E provavelmente, seria apenas mais um dia de trabalho, seguido de uns copos com as colegas, risos e o regresso a casa. Escolhas, racionais ou irracionais, serão o que muda o rumo das nossas vidas??? Ou será uma espécie de filme, para o qual o guião já foi feito à nascença, e que nos limitamos a protagonizar? O destino existe? Ou são pequenas coincidências que influenciam as grandes decisões?

Questões e mais questões...!

Sofia


Há tanto tempo que não me perdia pelas aventuras culinárias!
Adoro cozinhar, improvisar, surpreender... E com a companhia do meu filhote ainda melhor :) As crianças adoram fazer-nos companhia nestas coisas!

Então hoje resolvi fazer Rebuçados de Ovo!

600g de açúcar;
12 gemas;
óleo, para moldar os rebuçados

Inicialmente, colocam-se 350 gramas de açúcar com um pouco de água ao lume, até atingir o ponto elevado (pouco depois de ferver, quando está a 106º).
Retira-se do lume e deixa-se arrefecer. Colocam-se então as gemas, devagar, e mexendo sem parar, para não cozerem. Lia-se o lume e continua a mexer-se sem parar, até engrossar bastante.

Untar uma superfície de mármore e as mãos com óleo, e moldar bolinhas com o preparado.

Para finalizar, colocar o restante açúcar com um pouco de água, até ficar em ponto de pasta. Mergulhar então os rebuçados, e deixar a secar em cima da superfície com óleo! Pode depois embrulhar-se em celofane, e é uma prenda bonita, deliciosa e original! :)

Depois, com as claras, fiz Molotof.

Bastou bater as 12 claras em castelo, acrescentar 1 colher de sopa de açúcar por clara, e 3 colheres de caramelo frio. Untar a forma com caramelo e levar ao forno pré aquecido a 200 graus, 5 minutos por clara, em banho Maria ;)

Espero que possa inspirar alguém com este devaneio de pré dia da mãe :)

Beijinhos

Sofia

Não digas nunca, não me digas jamais...

Posted on 05:05

"Nunca", é apenas a certeza De acharmos não conseguir O sonho, o amor, a beleza, A vida, as ondas, a terra, O que nos parece efémero No traço que vamos seguir. Mas se tentamos, sem desistir O "nunca" desaparece Da vida onde, na verdade, nunca viveu. E a magia da surpresa enleva-nos Tão perto da tal felicidade, Que aprendemos a arriscar e, só assim, existir!

Borderlining...

Posted on 01:17

Ontem tive uma crise. As coisas à minha volta não estavam a correr muito bem, de repente parece que acordei com todo o peso do mundo nos ombros, e comecei a procurar fugas. Decidi que, se aqui ninguém gosta de mim, que ia fugir num aviao com um destino qualquer, e lá me desenrascava.

A outra hipótese era morrer.

Cortei os braços, e juro que procurei as artérias, tomei decisões, voltei atrás...

Tenho que aprender a viver com isto. E a ter objectivos concretos, e sobretudo a parar um bocadinho antes de dar rédeas à minha impulsividade...

Hoje já está tudo normal, tirando os cortes, que na altura não doem, mas agora ardem e doem e fazem comichão...

Já diziam os Polo Norte, "...porque eu não quero ser assim, e não posso mudar, por ti..."

Beijinho

Sofia

O MEU blogue...

Posted on 02:03 In:

Depois de várias experiências partilhadas na blogosfera (eternodiadema.blogspot.com ; desperatenonhousewives.blogspot.com ; amafiafeminina.blogspot.com), resolvi que estava na altura de me abrir. De lidar com o que se passa dentro de mim. E de ir partilhando com quem me quiser "ouvir" as longas e loucas histórias da minha vida...
Adoro musica, canto, adoro escrever, letras, poemas, textos, crónicas, o que sair, adoro dançar. Amo o meu filho. Gostava de amar mais a vida...e a mim própria. Mas sei que tenho um caminho a percorrer, e cada vez estarei mais perto da minha auto-estima.

Os médicos diagnosticaram-me Personalidade Borderline, o que não faz que seja o que for mude, apenas explica o que está para trás... Mas dá força para, agora que sei o motivo, ser mais forte do que qualquer "estado fronteiriço entre a neurose e a psicose". Às vezes sou derrubada, como num combate de boxe, e deixo-me levar na angústia, violência, nas oscilações que este estado me trás. Outras consigo gritar para dentro de mim e tomar atitudes. Ainda é uma descoberta recente, mas sei que a vou vencer!!!!!!
Esta foi uma breve apresentação de quem é a Sofia, uma menina que continua a acreditar em contos de fada e em sonhos cor de rosa...

Beijinhos e Abraços! ***

João Pedro, ou a magia de ser mãe

Posted on 21:12

Olá a todos!

Graças ao grupo "mamãs blogueiras", no facebook, apercebi-me que nunca tinha escrito sobre a pessoa mais importante da minha vida: o meu filho! :)

Nasceu dia 30 de Novembro de 2003, com 2,970kg e 47,5cm. Foi uma cesariana programada, e estranhamente, enquanto me diziam para ficar deitada por causa das dores, eu não sentia dor nenhuma, só queria pegar nele e cuidar dele! Como nasceu na véspera de feriado, tivemos MONTES de visitas, e eu exalava orgulho, nada de cansaço, afinal, era o MEU bebé!!!! :)

A partir dos 6 meses, o meu pequenito resolveu deixar de mamar, e a partir daí a saúde dele complicou-se. Começou a ter bronquiolites, e otites, alternadamente, numa média de 15 em 15 dias... Os dois primeiros anos de vida estive em casa com ele, e incluiram 7 internamentos hospitalares... Desse período, recordo como aprendi o que era ser mãe...

A primeira vez que ele foi à urgência, pequenino, eu não quis entrar na sala de enfermagem onde lhe iam tirar sangue. Fecharam a porta, e eu fiquei cá fora a ouvi-lo chorar. Acho que foi um dos piores momentos da minha vida! Chorava ele lá dentro e eu cá fora... Decidi então que medo de agulhas e sangue era mariquice quando se era mãe, e um ser tão frágil precisava de nós. Nem que fosse só para apertar uma mão, ou para falar calmamente enquanto análises e mais análises eram feitas... Aprendi a lidar com isto naturalmente. Ele ía muitas vezes fazer nebulizações, e os outros meninos faziam sem máscara, a ele expliquei que com máscara ficava bom mais depressa, e ele deixou de chorar para pôr a máscara. E mhoras e horas de espera, cantava-lhe musicas, distaría-o, contava-lhe histórias... não interessava se eu estava cansada, se eu tinha fome... só queria ouvir o riso do meu filho!

Nos internamentos, com "um bigode" de oxigénio, soro na mãozinha, um catéter, um oxímetro ligado ao dedo, era dificil manter uma criança cheia de vida na cama o dia inteiro... mas entre brincadeiras inventadas e musicas, o tempo passava, e ele ia melhorando. Lembro-me que passou o dia em que fez 2 anos no hospital, e as enfermeiras fizeram-lhe um bolo e deixaram os meninos sair das enfermarias para lhe cantar os parabéns... :)

Aos 2, já podia ser diagnosticada asma. Ele fez os testes, e agora toma, todos os dias, 6 medicamentos diferentes, 8 quando está "em crise", e é super natural para ele, pela forma como foi habituado. Tenho tanto orgulho no meu filho...

Com 4 anos, ainda dormia com a chupeta, a "titá Chicco". Um dia, chegou e disse: a partir de amanhã não quero mais titá!". E eu pensei que no dia seguinte ele ia mudar de opinião. Mas não, na noite seguinte perguntei se queria a titá, e ele deixou-me boquiaberta quando disse " eu ontem disse que já não queria mais chupeta..." deitou-se e dormiu!!!

Bem, acredito que as mães a falar dos filhos podem ser chatas, mas agora que comecei não consigo parar :)))

A apetência para a música...desde os 2 anos que sabe de cor (com o inglês dele) as musicas dos Bon Jovi, algumas que nem eu conheço. que ouviu nos cds. Um dia, virou-se para a minha mãe, que nasceu em Angola, e perguntou: "Avó, tens musicas da tua terra?". A minha mãe mostrou-lhe Bonga e Duo Ouro Negro, passados uns dias já andava a cantar :) Ah e música cubana, também! Depois veio a paixão pelo Mika, que tinha caracóis como os dele, e lá foi mais um cd para saber todo de cor! Só não está numa escola de música porque as aulas incluem Sábados e o pai dele não facilita... :/
A parte má da história, o divórcio. Complicado quando há filhos... mas não falando de coisas más, a verdadeira paixão dele é o futebol! O ano passado, sem saber ler, olhava para o plantel do Porto, e pelos numeros dos jogadores, dizia o nome completo de todos! Uma vez fui aos anos de uma amiga, que namora com um membro da claque do FCP. Ele tinha ainda 5 anos(e 2 meses), e de repente estava rodeado de amigos do namorado dela, a perguntar a que jogador correspondia tal número, e a tentarem lembrar-se dos mais dificeis e ele sabia todos! Treina nas escolinhas do Sporting, por não haver treino aos Sábados e está a ficar um craque :) Na verdade, craque ou não, quero é que ele se divirta e esteja feliz...!

Aqui fica um vídeo com uma das novas músicas preferidas dele :) Espero que vejam e gostem!

Muitos beijinhos meus e do meu J.P. para todos os que vierem visitar este blogue, e um beijinho especial de boas vindas para as mamãs blogueiras ;)!!!!

Sofy






Olá a todos! Já cá não vinha há muito tempo, mas hoje pareceu-me inevitável.

Uma associação LGBT conseguiu, gratuitamente, graças ao apoio de empresas com a mente aberta (diria normal, mas não quero insultar ninguém....), colocar muppies em Lisboa com a frase "Se a tua mãe fosse lésbica, seria diferente?".
Fez também um anuncio televisivo em que realçava os valores de uma família, apoio mutuo, carinho, amizade, educação, lealdade...e de repente o pai revela ser homossexual. Tudo o que um filho aprendeu com esse pai muda??? O amor filial é alterado?
A ideia é exactamente abrir as mentes fechadas, para que entendam que não, que não é diferente. Que os sentimentos são os mesmos. Família e orientação sexual não se confundem nem se deveriam discutir. Por não serem temas que sejam incongruentes entre si. Família é família, orientação sexual é orientação sexual.

Mas o que me levou a escrever foi a opinião das pessoas a respeito da campanha. Mostraram-se chocadíssimas. Um adolescente disse que sim, que seria diferente. Eu fiquei chocada com o choque colectivo....

Analisando a sociedade, quantas coisas deveriam chocar-nos e não chocam???

Será preferível haver crianças maltratadas, abusadas sexual/fisica/psicologicamente por "pais", só por estes serem biológicos? Ou abandonadas, mortas, despejadas em orfanatos, na esperança vã de uma adopção que pode nunca acontecer?

Pois é, ter dois pais ou duas mães é estranhíssimo para maior parte da população, mas pensar que ter dois pais ou duas mães que sejam e transmitam os valores de uma verdadeira FAMÍLIA, isso já é pedir muito, afinal de contas as pessoas ficaram presas na parte em que "se a minha mãe fosse lésbica era diferente", não avançam no pensamento até este estágio.
O estágio em que milhares de crianças poderiam ter uma infância, e consequentemente uma vida mais feliz. Em que a marginalidade diminuiria. Em que inclusive, a despesa pública com as crianças que estão em instituições, com a burocracia de uma adopção, com assistentes sociais que só complicam o processo, seria diminuída. Isto, claro, seria o menos importante.

Tenho 28 anos, e compreendo que a nossa sociedade se foi alterando, a nível de preconceitos, lentamente. Há 35 anos, uma mãe solteira era um escândalo! Ia para casa de uma tia distante para esconder a barriga....
Ainda me lembro, aliás, de ter cerca de 10 anos, e a minha avó fazer de tudo para que o meu tio não casasse com a namorada, porque ela tinha um filho!
E agora é tão vulgar o divórcio, que é rara a familia dita "convencional". Será que teremos que esperar 30 anos para que os LGBT sejam vistos apenas pelo que são, iguais? Para que o conceito de orientação sexual seja visto tal como é, como orientação e não como uma escolha?

Espero sinceramente que não. E que a lei que foi aprovada seja só o inicio de uma mudança de mentalidades que permitirá aos portugueses serem mais felizes. Por poderem adoptar um filho com a pessoa que amam, ou por serem adoptados por pais que os amam em vez de votados ao abandono.

Beijinhos e abraços!

Sofy

De volta aos temas "leves"... :)

Posted on 18:32 In:

2010. Que número bonito. Todos dizem que é o ano da mudança. Não entendo porquê....Só se for mesmo por ser um número bonito e redondinho! :)

Mas sejamos positivos. Se dizem que é o ano da mudança...seja.

Este ano vai acabar a guerra. (se não fosse um assunto tão sério, até dava uma gargalhada. Mas com tanta gente a pedir paz para o novo ano...)

Amor! Vamos todos amar e ser amados. E fiéis e respeitados. Nada mais perfeito. Afinal de contas, doze passas são doze passas, e doze desejos tem que se puxar pela cabeça.

Vamos todos ser ricos! Dinheiro e mais dinheiro. Aliás, os meteorologistas prevêem que vai chover dinheiro numa frente fria qualquer, ou do modo como o nosso clima está a mudar, numa tempestade tropical!

Vai toda a gente ter saúde. Não, esperem...assim os médicos iriam todos para o desemprego...hum... estou indecisa neste ponto. Mas há tanta gente a desejá-lo e a dizer frases como "é preciso é haver saúde!", ou "saudinha!", não estou a ver jeitos dos médicos se safarem...e os enfermeiros e auxiliares que se preparem!

De resto deixa cá ver...AH! Vai concerteza acabar a tão aclamada crise! Mas isso é óbvio, se vamos ficar todos ricos (excepto os pobres médicos, coitados...)

E pronto. Eis os prognósticos para o "ano de mudança" que começou. Desculpem qualquer tipo de ironia ou sarcasmo, mas...faz parte do novo ano. Ou pelo menos de hoje, que amanhã nunca se sabe... Haja saudinha! ;)))

Beijinhos e bom ano a todos!

Sofy

dia da morte

Posted on 19:07
sexta, 22 de novembro de 2010

Quantas vidas?

Posted on 00:03

Bem, desta vez estou de quarentena em casa por ter estado em contacto com alguém com gripe A.

Ou isso ou estou a crescer mais um bocadinho no meu mundo de princesas e cor de rosa. A descobrir que há mentiras, ódio e preto. E que temos de saber lidar com isso.

Fantástico. Porquê? Alguém saberá dizer. Eu não...

Estou farta disto tudo. O pior: isto tudo = vida.
Aprender a viver, é isso.... mas agora???
Vamos ver...ou aprendo ou desisto. Ou vivo numa espécie de limbo....


Beijos

Sofia

Ex-felicidade (ou Ode aos amigos)

Posted on 19:16

Houve alturas da minha vida em que me lembro de estar feliz. De rir muito. De me sentir bem só por ter os meus amigos ou a minha família ao lado.

Recordo-me de uma vez em que uma amiga de Lisboa, que cá vinha muitas vezes passar uma semana ou quinze dias, e estarmos as duas no escuro, deitadas no chão do meu quarto, a falar, a falar (isto já pela noite dentro). E, subitamente, eu me lembrar, que o que ficava mesmo bem naquela altura era uma clarabóia no tecto. Ao que a minha amiga responde de imediato: "clarabóia? Não podia ser uma joana afunda?" e rimos, rimos...ainda hoje imos quando recordamos esse episódio :).

Acho que sou uma criança que cresceu apenas por fora. Continuo a adorar cor de rosa, corações, estrelinhas, princesas e afins... e a rir dos mesmos disparates. Eu amo os meus amigos! Gostava de gostar mais de mim...para poder demonstrar-lhes mais vezes o quanto gosto deles...

É possível que passo um mês sem falar com um dos meus amigos, ou dois ou três. Mas quando falamos, parece que nos vimos no dia anterior. Sinto-me egoísta por ter necessidade de me afastar deles quando não estou bem, o que acaba por provocar a minha ausência quando são eles a precisar de mim...desculpas públicas, por esses momentos. Mas amo-os. E sei que estão sempre lá. Que sabem que sou inconstante. E continuam lá. Aqui. No meu coração. Na minha vida.

Como escrevi na letra da "Canção de Sonho", "amores vêm e vão, mas só tu serás sempre o meu sonho de algodão".... os meus amigos também. Amores vêm e vão, é um facto...e eles estão sempre prontos a abrir os braços quando um amor vai. Quando uma desilusão fica. Quando ela passa e outra ilusão se cria...

Este texto dever-se-ia chama "Ode à amizade", mas dá para perceber que, mesmo não sendo esse o título, é a eles que me sinto grata. Porque sei que gostam de mim, e nunca desistem de mim, mesmo no tempo mais escuro e sombrio, mesmo nos afastamentos sem motivo aparente...SEMPRE!

E quando estamos juntos sou feliz. E rimos. E cantamos, recordaos velhos tempos, dizemos expressões que só nós entendemos...

Tenho saudades. De quê? Talvez de mim. Mas vou descobrir onde estou, no meio desta ensarilhada de sentimentos. Nunca serei a amiga perfeita, ninguém o é, mas tentarei sempre dar o meu melhor. Porque os amigos são, de facto, as pessoas a quem devemos dar mais valor, quer estejamos bem ou mal, pois amam-nos sem condições, sem pedir em troca, sem exigências ou julgamentos...

E se, por algum motivo, nos tiverem que dizer uma mentira, será para nos poupar a algum tipo de sofrimento, ou contar-nos-ão mais tarde. No amor as mentiras são sempre por maus motivos...

I love my friends!

(corriqueiro, mas verdade ;)


Beijinhos e abraços...


Sofy

Palavras leva-as o vento...

Posted on 23:03

...ditado popular que, a cada dia, vai fazendo um pouco mais de sentido. Reparem: dois amigos que se encontram mas estão sem tempo, há sempre o inevitável "depois temos que marcar um cafézinho!". E lá vem o vento, e sopra o café para bem longe, às vezes para um lugar inalcançável. E passam mais uns anos sem as pessoas se verem...

É que esta questão ds anos não é uma questão para ser encarada de forma leve! Vivemos em média 76 anos. O que não significa que não possamos viver 110 ou apenas 15. Se deixarmos as palavras serem levadas desta forma, a qualquer momento tudo acaba e lá ficam os cefézinhos, as visitas a casa da tia, o lanche com o filho, o dizer "amo-te" a quem nos provoca essa sensação única, ligar para um familiar (ah e tal um dia destes eu ligo..."um dia destes" também é uma expressão que o vento adora levar para o seu esconderijo secreto)...


Depois há as palavras que são ditas por dizer. Para agradar e encaixar na sociedade, como seres sociais que somos. Tipo: "Cortou o cabelo! Fica-lhe bem assim mais curtinho...!" ou "Então o paizinho, está melhor?"só para meter conversa dizemos as coisas mais inimagináveis...). Mais exemplos... "Essa camisola tem uma cor mesmo gira! Onde compraste?" ou "tu és amiga do João, não és? Não? És super parecida com a Carina!".


Há ainda as palavas que o vento leva de quem sabe o que está a dizer mas não o sente. Normalmente estas palavras são mais estilo literário, frases bonitas e elaboradas para conquistar, por exemplo, o ser amado. Ou uma promoção no trabalho. Na primeira situação, é muito fácil para quem tem o dom da palavra fazer com que o coração mais mole se derreta... mas não passam de palavras. O coração depois de derretido nunca volta à forma original....! E as palavras? Essas...nunca deixara0 de o ser.

Acho que o amor, a amizade, a entre-ajuda, a dedicação à família e tantas outras coisas, devem ser demonstrados por gestos. Até porque se as palavras são repetidas vezes sem conta, perdem o seu significado especial... E os actos ficam para sempre gravados na nossa gratidão, no nosso coração (seja qual for a forma e as vezes em que já o fizeram derreter), na nossa vida. A tal que o vento tem a mania de decidir pra que lado vai.


SUGESTÃO: e que tal se ligassem a um amigo ou familiar que não vejam há muito? :) Contem-nos como foi! Beijinhos, Sofy

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH

Posted on 18:03

Há alturas em que só nos apetece gritar...e o pior é que, mesmo se gritarmos, essa vontade mantém-se. Pode ser por isto ou por aquilo, ou então, por nada. E quando achamos que é "por nada", é de certeza quando temos mais motivos para gritar.

A vontade de gritar vem do fundo da nossa alma. Normalmente parece que ela tenta sair do corpo pelo peito, chama-se a isso angústia. Uma tristeza inexplicável, permanente ou não, uma necessidade de respirar fundo, de chorar, por vezes.
Quando achamos que não há motivo para tudo isto, então é porque não estamos a encontrar os motivos dentro de nós. Eles existem. Mas não são claros, ou evidentes. Estão enraizados algures cá dentro, e só com grande esforço os conseguimos entender. Como esse grande esforço é difícil de fazer quando estamos com este tipo de sentimento, acabamos por voltar ao "nada".

Pois o "nada" são frustrações. São necessidades não satisfeitas. São o nosso verdadeiro EU a dizer "olha eu aqui, o que andas a fazer???"... Por vezes são saudades. De pessoas, de tempos em que éramos mais jovens, ou mais magras, ou mais activas, cada um tem algo que lhe é mais importante. O "nada" é o nada em que tornamos certos aspectos da nossa personalidade. Sem nos apercebermos.

Se o grito sai de alguma forma e alivia, a sensação de aperto passa. A vida continua normalmente, sendo esse normalmente o que fomos criando através dos caminhos que fomos seguindo.
Quando o grito sai, e sai, e sai, e torna a sair, e a vontade de gritar continua, surge o desespero...E aí, em grande parte dos casos, fazemos disparates. Procuramos escapes, fugindo da realidade. Álcool, drogas, auto-mutilação, fuga às responsabilidades, sono, impertinência, violência... Existem uma série deles.

A alternativa é encontrarmo-nos. Vermos uma oportunidade no nosso desespero. A oportunidade de sabermos quem somos, e de gostarmos de quem somos. E de aproveitar a vida como ela merece.

Resumindo, a frase "apetece-me gritar" (se não for dita por dizer) esconde normalmente algo bem mais intenso do que qualquer nível de decibéis que consigamos atingir ao libertar seja que tipo de som for.

E sabem uma coisa? Hoje apetece-me gritar...

Beijinhos

Sofy

Obrigada :)

Posted on 18:08

A ^RP gentilmente enviou um presentinho para nós, o selo de "este blog é muito sexy". Adorei que te tenhas lembrado de nós =D!Obrigada!!! Vou passar para o Autocarro Copa D (velha amizade ;) e para "A couple of thoughts", um blogue que adorei conhecer! Beijinhos aos dois.

Prisões

Posted on 21:07

Hoje passeava no jardim do local onde estou das 9 às 16h, cantando em voz alta o que ouvia no mp4, já que ali ninguém me ouve.

Entretanto ouvi o meu nome ser chamado lá do fundo da musica. Era um colega meu que estava do lado de fora da rede. Comentamos, brincando, que parecia uma visita numa prisão, com grades pelo meio. Coloquei a questão: qual de nós era o "preso"?

Pus-me a reflectir sobre isso. Ele respondeu que, pela lógica, seria eu, afinal estava do lado de dentro... Mas uma prisão é muito mais do que um espaço físico.


Por vezes, as pessoas confinadas a um espaço restrito, sentem-se livres, enquanto que quem tem o Mundo inteiro pela frente, está preso dentro de si próprio.
De facto, pela lógica, estar preso é estar fechado. Mas acredito que haja muito mais pessoas, presas na suposta liberdade de poderem fazer o que querem, ir onde querem, fazer o que querem.



Referindo uma situação histórica, não tomando qualquer tipo de partido, Angola foi uma colónia de Portugal, próspera, um belo local para se viver. No entanto o povo angolano lutou por ser livre. Houve uma guerra, ganharam a tão ansiada "liberdade". E depois? A minha opinião é apenas uma gota num oceano, concerteza, mas penso que a pergunta que fizeram terá sido mesmo essa. "E AGORA?". Não sabiam o que fazer à liberdade. Foram-se destruindo. E destruindo um país rico, com tudo para ser próspero...


E nós? Sabemos o que fazer com a nossa liberdade? Sabemos o que queremos? Fazemos o que queremos, ou pelo menos corremos nessa direcção? Ou deixamo-nos aprisionar por convenções, imposições, "regras" da sociedade? Não seremos também nós "um país próspero" que acabamos por destruir aos poucos? Quem somos nós afinal? Haverá muita gente que não consegue responder. Eu própria terei alguma dificuldade.

Provavelmente, há uma incongruência entre quem somos na essência, e entre o que somos em sociedade. Na verdade há muito pouca verdade entre nós, seres sociais. Fazemos tudo para nos integrar seja onde for. E esquecemo-nos de nos integrar dentro de nós próprios.
..

Mesmo que descubramos quem somos, a maior parte de nós recusa-se a deixar sair o verdadeiro "eu"....


Resumindo, sigam os vossos sonhos. Sem medos, só vivemos uma vez, não há nada que esperar...Custe o que custar, mesmo remando contra a maré, nunca desistam. Só assim serão felizes! Beijinhos e abraços,

Sofy

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