...ditado popular que, a cada dia, vai fazendo um pouco mais de sentido. Reparem: dois amigos que se encontram mas estão sem tempo, há sempre o inevitável "depois temos que marcar um cafézinho!". E lá vem o vento, e sopra o café para bem longe, às vezes para um lugar inalcançável. E passam mais uns anos sem as pessoas se verem...

É que esta questão ds anos não é uma questão para ser encarada de forma leve! Vivemos em média 76 anos. O que não significa que não possamos viver 110 ou apenas 15. Se deixarmos as palavras serem levadas desta forma, a qualquer momento tudo acaba e lá ficam os cefézinhos, as visitas a casa da tia, o lanche com o filho, o dizer "amo-te" a quem nos provoca essa sensação única, ligar para um familiar (ah e tal um dia destes eu ligo..."um dia destes" também é uma expressão que o vento adora levar para o seu esconderijo secreto)...


Depois há as palavras que são ditas por dizer. Para agradar e encaixar na sociedade, como seres sociais que somos. Tipo: "Cortou o cabelo! Fica-lhe bem assim mais curtinho...!" ou "Então o paizinho, está melhor?"só para meter conversa dizemos as coisas mais inimagináveis...). Mais exemplos... "Essa camisola tem uma cor mesmo gira! Onde compraste?" ou "tu és amiga do João, não és? Não? És super parecida com a Carina!".


Há ainda as palavas que o vento leva de quem sabe o que está a dizer mas não o sente. Normalmente estas palavras são mais estilo literário, frases bonitas e elaboradas para conquistar, por exemplo, o ser amado. Ou uma promoção no trabalho. Na primeira situação, é muito fácil para quem tem o dom da palavra fazer com que o coração mais mole se derreta... mas não passam de palavras. O coração depois de derretido nunca volta à forma original....! E as palavras? Essas...nunca deixara0 de o ser.

Acho que o amor, a amizade, a entre-ajuda, a dedicação à família e tantas outras coisas, devem ser demonstrados por gestos. Até porque se as palavras são repetidas vezes sem conta, perdem o seu significado especial... E os actos ficam para sempre gravados na nossa gratidão, no nosso coração (seja qual for a forma e as vezes em que já o fizeram derreter), na nossa vida. A tal que o vento tem a mania de decidir pra que lado vai.


SUGESTÃO: e que tal se ligassem a um amigo ou familiar que não vejam há muito? :) Contem-nos como foi! Beijinhos, Sofy